quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Dilemas de Nós Mesmos- Minhas experiências na Umbanda. Em que ponto você considera uma traição?

05:55 By Leandro Casimiro de Oliveira , , , No comments

CONTOS DE ENE: Um casal. Uma garota. Um evento. Minha hora da verdade.



     As semanas santas como todos sabem é importantíssima para católicos, evangélicos, espíritas, umbandistas sinceros, lembram a penitência, morte e ressurreição de Cristo. Nós aqui no Uruquê (nome bastante peculiar, que na verdade é indígena) organizamos uma caminhada ecumênica que, aliás, foi a primeira. Eu estava carregando duas cruzes, a cenográfica que não tinha nada de falsa, era realmente de madeira e pesada e a outra(cruz)da culpa.
È que só eu sabia que a recém chegada cachos dourados estava apaixonada pelo líder do nosso centro e seria capaz de tudo pra separar ele da nossa orientadora. E o pior, ele sabia.

     Como eu sei? Eram duas semanas antes da Paixão de Cristo quando a menina desabafou pra mim, depois de nossos ensaios a noite que era na casa deles. Imagine só: Os dois trocavam olhares discretamente, eu notava tudo e ficava triste por esconder isso da esposa. Você pode até me chamar de covarde ou de fraco, mas não vai dizer isso até o fim desse conto. Voltando, fui deixá-la em casa por volta das dez da noite e ela me contara no meio do caminho que eles conversavam muito pela madrugada, por bate-papo. Ela falava sobre seus sonhos, seus medos, desabafava, pedia conselhos, mas ela foi se apegando tanto que não agüentava passar uma noite sem facebucar com ele.
Fiquei aparentemente chocado, eu só queria ter a certeza da boca dela; ”Mas ele é casado” Foi a minha exclamação a noite toda, mas isso não basta para arrancar uma paixão do coração. Você sabe. E a partir daquele dia estava guardando um segredo (Ela me pediu e eu prometi), Um segredo que não era meu e que prejudicaria alguém, guardado ou revelado. Mas prejudicaria, e eu não teria culpa. Mas comecei a sentir. Ela, muito linda, bastante atraente, arrancava os assobios dos marmanjos onde quer que passasse, mas eu a  via como irmã.Ele sempre educado, carismático, até onde eu sabia era fiel a esposa(Ele também me contava certas coisas de sua vida e seu passada e eu sentia isso mesmo mas dessa vez ele se encantou por sua filha de santo.Ele sabendo desse amor não quis fazer algo para impedir seu crescimento, pois sentimento é como uma semente, deixe crescer que ele cresce e dá frutos. Ele não cortou as conversas de bate papo e ia cada vez mais a fundo nos assuntos, segundo ela.Sei lá, hoje eu penso, que ele estava testando o seu poder com as mulheres, só por curiosidade,todo homem faz isso um dia,pra ver se a sua flecha ainda atira depois de casado ou ainda chama atenção, normal para o homem, desculpe não é machismo, é honestidade mulheres.O meu amigo casado com minha amiga tendo um affair com outra amiga minha.Mas eu tenho valor pelo casamento e a essa altura eu deveria ter um posicionamento, até porque eles tinham um filho. No lugar da cachos dourados isso pesaria pra você?E pra você  até que ponto começa uma traição? O contato físico ou o virtual? É preciso o cara transar com outra mulher ou pensar nela pra trair, na sua opinião? É complexo pra uns, por mais que as garotas digam que não, e que traição pode ser qualquer sinal, mas há mulheres que não se sintam ameaçadas com uma paquera virtual de seu namorado. E, tem outra questão dá atenção tem o mesmo peso que deixar ela se apaixonar mais e mais e já é traição?E você faria no meu lugar? Sim, eu imagino sua resposta mas não esqueça que havia um evento em jogo, havia uma data programada a meses e organizada com muito esforço. Abrir a boca antes seria o fim, pois não teríamos cabeça para evento, simplesmente não Aconteceria. E a comunidade que estava esperando, ficaria onde? Seria um escândalo. Pra você que diz que revelar a verdade é atemporal, mas não sabe o esforço que deu pra realizá-lo. Armar um barraco no dia seguinte que eu fiquei sabendo de tudo seria pra pedir que cancelássemos a Paixão de Cristo o, ou seja, todo aquele esforço que começou em Dezembro de 2012 foi em vão. Eu tinha que pensar com a razão. O evento envolvia crianças, idosos, muita gente, cancelar por causa de uma garota seria muito drástico. Eu deveria segurar até o fim do evento. Um segredo que uma hora ou outra estragaria o relacionamento de todos os quatro juntos. Mas como não envolvia só os quatro (A de cachos, a minha orientadora, ele e eu) então eu deveria pensar em todos do centro. E guardei até onde pôde. Até o momento que...
(No próximo conto, aguardo você)


Escultura De Aleijadinho

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